Nasci numa sexta-feira quando a lua “tava” cheia,
Num rancho beira de estrada feito de terra “vermeia”.
Trago a cisma de aporreado desde quando era potrilho
E até hoje “inda” dou uns “pulo”, quase perdendo os “curnilho”!
Eu sou cria de outro tempo, que há muito tempo se foi,
Que se perdeu da carreta no tranco lerdo do boi...
Vez por outra “inda” sesteio na sombra dum espinilho
E me lembro do perfume da que me fez andarilho!
Trago a cisma de aporreado desde quando era potrilho,
Vez por outra “inda” sesteio na sombra dum espinilho;
A espora não sai da bota, bem firme no cabrestilho,
Tudo o que eu tenho, eu carrego no lombo do meu rosilho!
Lido com a boca dos potros, trabalho de aramador,
Tenteio um pouco na esquila, mas moro no corredor...
A espora não sai da bota, bem firme no cabrestilho
E no lombo de um ventena, de vereda, me enforquilho!
Sei de lua e benzedura, sei de jujo e simpatia...
Conheço o tipo que é bueno e o que não tem serventia...
Tudo o que eu tenho, eu carrego no lombo do meu rosilho;
Meu arreio é a minha cama toda a vez que desencilho!
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